segunda-feira, 27 de junho de 2011

O diário das coisas engasgadas

Tenho uma filha de 7 anos que se chama Amelie e outra de 5 que se chama Anne. As duas são tagarelas. Começam a falar de manhã cedo e às vezes até dormindo continuam falando. Sou uma mãe-ouvido ambulante: elas não se contentam em falar; preciso prestar atenção no que dizem, claro. Para não me cansar de tanto falatório, resolvi tirar vantagem: o que parece bobagem de criança para alguns, para mim vira material de trabalho. Aprendi a diluir ideias e fazer histórias aquareladas. Nem todas posso contar por enquanto. Uma delas vou antecipar: é o diário das coisas engasgadas.Devo explicar como surgiu a ideia. Aí volto à primeira frase e à primeira filha - Amelie fala muito, mas tem, por outro lado, a mania de não falar sobre coisas que ela considera secretas. Quanto  se cala, meu ouvido descansa; ela vai alugar as páginas dos diários que se espalham pela casa. Em um deles, Amelie escreve sobre as coisas de que NÃO gosta: suas coisas engasgadas.É uma lista criativa e muito engraçada. Cenas dos próximos capítulos vão ocupar as linhas deste blog que inauguro hoje.Teapot, teapot, teapot... me pareceu algo como tic-tac, tic-tac,tic-tac... um tempo marcando o quanto estrou atrasada com mil projetos empilhados na mesa do meu escritório, enquanto a cabeça rola por aí, girando em muitos quadrantes. Esta sou eu: uma viajante imaginária. Não curto muito sair do meu espaço, mas meu eu é intergaláctico. Por que falei isso agora? Ah, é porque minhas filhas tiveram a quem puxar: também eu sou tagarela.
Estou cansada, são quase onze horas da noite, e elas continuam falando. Preciso de um chá que me tranquilize os ouvidos ou que me deixe bem acordada para continuar diluindo histórias antes de adormecer...  Depois, ao chá da manhã, vou dar as boas vindas às ideias que irão me rondar antes mesmo que eu beba o primeiro gole.

Um comentário:

  1. Parabéns pelo blog.
    Estou te seguindo também por aqui e ansioso pelas 'Ninas' intergalácticas que surgirão.

    Adoro ler blogs, há coisas fascinantes rondando por eles.
    Eu mesmo tenho um... mas as coisas não são fascinantes... então, vou me fascinando com os dos outros! rs.

    Sucessos também nessa via, Claudia!
    Muito embora um blog é muito mais que isso. É para onde vão as ideias que, por logística ou pré-adequação, ainda não couberam em outro lugar. As minhas, por uma falha genética continuarão inadequdas; tenho amigos que já estão transformando as deles em publcações e tenho orgulho de fazer parte dessas histórias; assim como as tuas que, em breve, irão compor novas viagens a percorrer os caminhos que vão dos livreiros às mãos ávidas de leitores ávidos pelas suas novidades, onde há vida acontecendo e a vida outra dentro da gente também.

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