sábado, 27 de julho de 2013

Novos "aires", novas ideias

       Gosto de escrever sobre os espaços, mas não especialmente sobre o que eu vejo e sim o efeito emocional que um determinado espaço cria ao redor do meu próprio espaço físico. Talvez seja por este motivo que não sou uma viajante contumaz. Não gosto muito de sair do meu chão de todo o dia e só com algum custo me elaboro para uma viagem de maior fôlego. Tenho um pouco de medo do "efeito" que um determinado espaço vai gerar em mim... Há boas razões para este temor. Logo vocês saberão, porque transformei um destes efeitos físicos em ficção: meu próximo romance, que será lançado no ano que vem. 

        Ocorre que às vezes a descoberta de um novo lugar é feliz, radiante, e me faz querer pertencer a outros cenários. Aconteceu na Argentina e, mais especialmente, na Patagônia. Eu já conhecia Buenos Aires, mas tinha feito uma viagem muito rápida há alguns anos e não tive tempo de sentir os efeitos da paisagem nem beber o vinho que eu queria, conversar com tantas pessoas como fiz desta vez nem comer da carne, do pão, do queijo certo... Pude agora fazer uma viagem mais longa e, então, conhecer restaurantes e bares muito argentinos, livrarias, museus, recantos... Mais do que tudo: amanheci alguns dias na Patagônia e posso dizer: aquilo não é um lugar, mas uma experiência. 

       Voltei tão cheia de vinhos como de ideias, projetos e histórias. É como se o efeito de uma redescoberta argentina continuasse acontecendo e eu continuasse acordando e adormecendo na Patagônia todos os dias. Por um bom tempo será assim.

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