domingo, 16 de outubro de 2011

Acordar para dentro

Hoje ouvi uma frase que me deixou encantada: lembrar do sonho é acordar para dentro. Independentemente do que a expressão quer dizer em termos científicos, relacionando-se ao período em que o pensamento se prepara para despertar, logo fiz conexões com a vida na vertical, do lado de cá do sono. E refleti sobre a pergunta: com o que sonhamos? A gente quer tanta coisa... Como aquela criança que tem tudo no dia 12 de outubro; acaba não pedindo nada ou pedindo tudo ao mesmo tempo.

Então, acordar para dentro é conhecer/entrever o que se quer - com o que sonhamos? O que nossa alma mais deseja? Muitas vezes, os sonhos são mascarados por tantos excessos ou confundidos com tantos disfarces que, no íntimo, se alguém perguntar a verdade corremos o risco de mentir por pura falta de prática em seremos absolutamente autênticos com a gente mesmo.


Fiquei pensando se eu sei com exatidão tudo o que mais quero/sonho na vida, além do amplo e genérico ser feliz. Talvez eu tenha alguns sonhos dublados que um dia irão ganhar clareza e contornos próximo a um despertar. Eu, que me sinto tão dona de mim e dos meus princípios, talvez não tenha ainda acordado por dentro totalmente. Acordar para dentro, quanta reflexão cabe neste despertar profundo. Não existe o sono profundo? Pois existe também um despertar profundo, que é, acho, quando a gente decide acordar. Por dentro.


Com o que sonha a sua alma?

Um comentário:

  1. Teu post ficou lindo e tuas reflexões são muito oportunas.
    Num momento em que a máquina toma conta da dinâmica da vida, em que relações não passam mais do que fantasias virtuais, muitas vezes são personagens dialogando com outros personagens, porque a vida real é cheia de percalços, defeitos, imperfeições. Mas todos são espetaculares e extraordinariamente simpáticos e atraentes nesse mundo de "sonhos" das redes sociais.
    Sonhar um sonho autêntico, um sonho que se sonha. Dormindo ou acordado. Quando enternece é bom. Mas quando só serve à auto-glorificação, pode fazer mal a outrem.
    Ainda assim digo que os sonhos são minha matéria-prima para a vida. Não para trabalhos, não para criações artísticas, não para a ficção. Gosto de sonhar e buscar compreendê-los na medida em que são sonhos e nos remetem ao mundo fabuloso dos nossos próprios contos de fada. Das nossas histórias ali bem vividas. Quanta revelação sobre nossas potencialidades e sobre como domar nossos medos estão ali?!?!

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